sexta-feira, 20 de maio de 2011

Canta Beatles

Depois dos Discos "Zé Ramalho Canta Raul Seixas" (2001), "Zé Ramalho Canta Bob Dylan" (2008), "Zé Ramalho Canta Luiz Gonzaga" (2009) e "Zé Ramalho Canta Jackson do Pandeiro" (2010) Zé Ramalho nos brinda em agosto com o Disco em homenagem aos garotos de Liverpool, o disco "Zé Ramalho Canta Beatles" vai ser lançado pelo Selo Discobertas, com produção do próprio Zé Ramalho, o disco todo vai ser cantado em Inglês, destaque para uma versão do Zé da música Your Mother Should Know.


sábado, 16 de abril de 2011

Caixa de Pandora


Esta “Caixa de Pandora”, que reúne em seus dois primeiros CDs os sucessos de Zé Ramalho, brinda os fãs e colecionadores, senão o próprio artista, com a reunião de preciosidades arquivadas na gravadora na última década. Material raro e ou inédito, que faz todo sentido chegar finalmente ao mercado com aprovação do próprio artista. Primeiramente, como mais um volume para a série “Zé Ramalho canta…”, temos no CD 3 o “Zé Ramalho Canta MPB”, com nosso herói interpretando músicas de compositores que prestigiou em seus discos – com destaque para as gravações inéditas de “Amigo” (de Roberto & Erasmo, em dueto com Fagner) e “Gita” (de Raul Seixas & Paulo Coelho, finalmente liberada). O quarto CD é ainda mais recheado de presentes, abrindo com 5 gravações inéditas de canções de Raul Seixas que haviam ficado somente na pré-produção do CD de 2001. Na continuação, mais duas de Raul que Zé havia gravado para projetos coletivos. E aí temos algumas de suas participações especiais em discos de terceiros entremeadas pela gravação inédita da versão que, ainda nos anos 80, Zé Ramalho fez para uma canção de Lou Reed e que na época não foi aprovada para lançamento. O volume 4 fecha as quatro bolachas de áudio com “In My Life”, música dos Beatles que muito simboliza o amor de Zé por tudo que fez e pelos amigos com quem trabalhou até hoje. E aí, finalmente, após anos de ausência no mercado, o DVD do projeto “Ao Vivo” de 2005, em que nosso artista revisita seus grandes clássicos. Um admirável presente para os fãs desse grande artista da música popular brasileira!

CD 1 – Sucessos anos 70/80
01 Avôhai
02 Vila do Sossego
03 Chão De Giz
04 A dança das borboletas
05 Admirável Gado Novo
06 Jardim Das Acácias
07 Frevo Mulher
08 Galope Razante
09 A Terceira Lamina
10 Ave De Prata
11 Força Verde
12 Eternas Ondas
13 Banquete De Signos
14 Taxi Lunar

CD 2 – Sucessos anos 80/00
1 Kriptônia
2 O Tolo Na Colina (The Fool On The Hill)
3 Mistérios Da Meia Noite
4 Zyliana/O Guarani
5 Mulher Nova, Bonita E Carinhosa Faz O Homem Gemer Sem Sentir Dor
6 Cidadão
7 Frevoador (Hurricane)
8 Cidades E Lendas
9 Batendo Na Porta Do Céu (Knockin’ On Heaven’S Door)
10 Falido Transatlântico
11 Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores (Caminhando)
12 O Trem Das 7
13 Sinônimos
14 Entre A Serpente E A Estrela (Amarillo By Morning) (Ao Vivo)

CD 3 – Canta MPB
1 Gita
2 Amigo
3 Romaria
4 Águas De Março
5 Caçador De Mim
6 O Que É O Que É
7 Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar)
8 Planeta Água
9 Tempos Modernos
10 Bete Balanço
11 Um Índio (Album Version)
12 Pai e Mãe
13 Para Um Amor No Recife
14 Errare Humanun Est

CD 4 – Raridades
1 As Profecias
2 Água Viva
3 Cachorro Urubu
4 A hora do trem passar
5 Loteria da Babilônia
6 Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás
7 Ave Maria da rua
8 Morceguinho (O Rei Da Naturea)
9 Ninguém é você (Nobody but you)
10 Dona Chica
11 Os Segredos De Sume
12 Meu Cariri
13 Astro Vagabundo
14 In My Life

DVD – Zé Ramalho Ao Vivo
01 A Dança Das Borboletas
02 Táxi Lunar
03 Último Pau De Arara / Bomba De Estrelas / Banquete De Signos
04 Canção Agalopada
05 Eternas Ondas
06 Avôhai
07 Vila Do Sossego
08 Chão De Giz
09 Garoto De Aluguel
10 Admirável Gado Novo
11 Batendo Na Porta Do Céu (Knockin’ On Heaven’S Door)
12 Meu Nome É Trupizupe
13 Sinônimos
14 Companheira De Alta-Luz
15 Entre A Serpente E A Estrela (Amarillo By Morning)
16 Frevo Mulher
17 Mistérios Da Meia-Noite
18 Medley Gonzagão / Sabiá / Asa Branca

segunda-feira, 26 de julho de 2010

10 Anos do Disco Nação Nordestina


Há dez anos Zé Ramalho lançava um de seus álbuns mais importantes, ou o mais importante, como cita Assis Ângelo no encarte do CD. O álbum, conceitual, já entrega essa grandiloqüência em seu projeto visual: a capa é uma homenagem ao clássico “Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band”, com os ícones nordestinos de todos os tempos posando ao lado de Zé Ramalho; o projeto gráfico inclui um generoso libreto com as letras e a sinopse de cada faixa do álbum duplo.
A idéia de criar um álbum que mostrasse ao Brasil a cara do Nordeste, não só colocando o dedo na ferida, mas também apresentando a riqueza cultural de canções de autores conhecidos do grande Brasil, em conjunção com outros quase anônimos, além do próprio Zé Ramalho, que contribui com seis músicas inéditas suas, dentre as vinte do álbum. Algo que faz “Nação Nordestina” tão especial é o conceito do álbum, baseado nas desventuras de um viajante percorrendo o nordeste do Brasil. As canções vão se encaixando em um mosaico de teor político, que é endossado pelos canhões das tropas em “Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores”, regravação de Geraldo Vandré, aqui recheada de efeitos que a torna uma das melhores gravações já feitas da música. A política está em outros momentos do álbum como em “O Meu País”, onde, sem mais delongas, Zé vai direto ao assunto, apontando o dedo, mas de “bico calado”, as desigualdades do país. Ou ainda em “Ele Disse”, que ganha ainda o discurso do presidente Getúlio Vargas, realizado no dia do trabalhador em 1951. O sertanejo que caminha ao longo do Nordeste também retrata os seus costumes em vários momentos como na regravação de “Lamento Sertanejo”, de Gilberto Gil e Dominguinhos, que ganha o reforço do próprio herdeiro musical de Luiz Gonzaga, e da Guitarra de Robertinho do Recife, que é o produtor do álbum. Os contrapontos também ilustram a obra de Zé Ramalho, às vezes até em sequência, que é o caso das faixas “Temporal” e “Seres Alados”. Se na primeira o viajante entrega que “quem cala, consente a fala”, na segunda a indignação toma conta e manda “Não mais estaremos calados”, contando com o fim da submissão dos gritos do capitão da canção anterior. No fim do primeiro disco, Zé Ramalho faz uma espécie de duelo de irônicas perguntas e respostas com o povo na canção “Mourão Voltado Em Questões”, novamente com contexto político, dessa vez corroborado pelo povo que segue o sertanejo ao longo dessa caminhada proposta no disco. Já o disco 2 é menos político, recheado de participações especiais, é muito mais devotado ao ritmo nordestino, como entrega a primeira faixa “Violando com Hermeto”, uma canção instrumental onde Zé Ramalho e Naná Vasconcelos duelam com Hermeto Pascoal. O trem da canção, criado por Naná, abre espaço para o êxodo em “Hino Nordestino” como entrega a letra da canção “...tentar a sorte no Rio de Janeiro, São Paulo, no mundo aceito o desafio...”. Em “Bandeira Desfraldada”, temos uma interessante fusão de uma cítara brilhantemente nordestina, tocada por Robertinho do Recife, que ganha o reforço da Elba Ramalho, inspiradora da canção gravada originalmente em 1978. O êxodo continua a ser retratado no álbum através da regravação de “Pau-de-Arara” do mestre Luiz Gonzaga, aqui com uma riqueza musical incrível, capitaneada por uma verdadeira seleção de músicos. “Amar Quem Já Amei”, transcrita aqui como forró com a participação de Ivete Sangalo, traduz os maiores medos dos retirantes como o fracasso da volta sem êxito à terra natal. Por vezes as tristes letras, principalmente no reflexivo segundo disco, são eclipsadas por ritmos alegres, como pode ser percebido em “Garrote Ferido”, com as marcantes participações de Fagner, Pepeu Gomes e a percussão de Mingo Araújo. A saudade da terra querida, porém é doída e aqui é validada pela canção “Paraí-ba”, com melancólico vocal de Flávio José e brilhante arranjo de Zé Ramalho. “Eu Vou Pra Lua”, divertido forró gravado originalmente em 1960, nove anos antes de o homem pisar na lua, traz, nessa nova versão, a participação do grupo pernambucano Cascabulho, na última participação especial do álbum. A tensa e apocalíptica “Esses Discos Voadores Me Preocupam Demais”, recheada de efeitos especiais, apresenta a curiosidade e discussões sobre a existência ou não de vida fora da Terra. Apesar de muito bacana, esta é a única canção que talvez fuja um pouco da temática principal, presente em todo o álbum. Com “Digitado Em Poesia”, o viajante que percorre o sertão apontando as mazelas, medos e esperanças da nação nordestina, chega ao final da caminhada, sabendo que chamou a atenção, fez barulho, e principalmente, mostrou a beleza de sua cultura e o talento de seu povo. Zé Ramalho construiu uma obra singular, que merece estar sempre disponível através de disco, para ser ouvida, estudada e compreendida pelas próximas gerações. “Nação Nordestina” é mais que um disco, é um invólucro munido de história e literatura, cantada e tocada. Como em seus últimos álbuns Zé Ramalho prestou homenagem aos seus ídolos Raul Seixas, Bob Dylan e Jackson do Pandeiro, seria uma boa se ele resolvesse prestar um tributo a si mesmo. Certamente consistiria em uma grande idéia se o projeto “Nação Nordestina” ganhasse edição comemorativa com versão em vinil (já pensou a maravilhosa capa do CD em tamanho de LP?), álbum ao vivo, e DVD com a releitura na íntegra desse álbum. Não custa nada sonhar, não é mesmo?

Fonte:
Galeria Musical
Anderson Nascimento

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Entrevista

Desde o início da década passada, Zé Ramalho tem lançado songbooks em homenagem aos artistas que mais o influenciaram. Em 2001, o cantor paraibano gravou um CD dedicado a Raul Seixas pela BMG. Sete anos depois, o homenageado foi Bob Dylan, em Tá Tudo Mudado (EMI). No ano passado, Zé firmou uma parceria com o selo Discobertas, de Marcelo Fróes, e soltou um CD que reunia interpretações suas para as músicas de Luiz Gonzaga.
Nesse ano, foi a vez de Jackson do Pandeiro ser o homenageado. Produzido também em parceria com o selo Discobertas, o projeto destaca-se por não conter apenas releituras, mas também seis músicas inéditas. “Consegui a liberação para gravá-las porque Zé Gomes, um dos meus músicos, é sobrinho do Jackson e guardião legal de sua obra. Foi ele que me passou essas gravações raras, das quais destaca-se Lá Vem a Boiada”, explica. Abaixo, Zé Ramalho comenta esse novo disco e outros temas relacionados à sua carreira.

Helder Maldonado – Você já gravou disco em homenagem a Raul Seixas, Bob Dylan e Luiz Gonzaga. Agora é a vez de Jackson do Pandeiro. Porque tem preferido elaborar songbooks em vez de lançar discos inéditos?

Zé Ramalho – Não há uma razão específica para justificar. É uma fase da minha discografia, em que estou demonstrando habilidade como intérprete e arranjador, produtor e diretor musical. São discos preciosos para as gerações futuras e obviamente que deverei voltar à linha de gravar trabalhos inéditos. Isso ocorrerá em dois ou três anos no máximo.

HM – Existem outros artistas que você pretende homenagear no futuro?

ZR – Sim. Provavelmente o próximo CD da coleção Zé Ramalho canta… será em homenagem aos Beatles, que, assim como os outros já gravados, foi de grande influência para mim.

HM – Como você teve acesso às músicas raras contidas no disco?

ZR - Um dos meus músicos, o Zé Gomes, é sobrinho do Jackson do Pandeiro e tambem cultor (guardião legal) da obra do Jackson, tendo o poder de autorizar gravações ou não. Foi ele quem me passou algumas gravações raras do tio, tiradas do acervo que ele guarda com carinho. La vai a Boiada é uma das mais preciosas.

HM – Seu novo show será baseado apenas no repertório desse disco?

ZR – Não, isso jamais seria possível, pois o público não aceitaria. Todos querem ouvir os grandes sucessos da minha carreira em todos os shows. Ano a ano eu mudo metade ou 1/3 do repertório, mas há um bloco de músicas que não podem faltar como: “Admirável Gado Novo”, “Avôhai”, “Vila do Sossego”, “Chão de Giz”, “Eternas Ondas”, “Frevo Mulher”, entre outras.

HM – Pretende apresentar um show com o repertório repleto de versões para Bob Dylan, Raul, Gonzação e Jackson?

ZR – Isso também não é possível. Não dá para misturar tudo num caldeirão só. São coisas diferentes, as quais já apresentei: um show só para Raul e um show só para Bob Dylan. Se eu fizesse isso, seriam várias horas de show e nao é assim que se faz.

HM – Resgatando o cancioneiro de Jackson – um artista pouco lembrado no sul e no sudeste – você garante que certas pessoas tenham interesse em procurar a obra do cantor. Porém, você concorda que seria também interessante que as gravadoras reeditassem discos dele e os meios de comunicação também prestassem tributos a esse grande expoente da música nacional?

ZR – Isso seria de bom êxito. Porém, não vejo mais possibilidades de as gravadoras relançarem tais obras. Porque elas mesmas não dispõem desse precioso arquivo. Agora, quanto aos meios de comunicação, digo para você mesmo, que está fazendo a pergunta: o que você fará para executar sua própria ideia?

HM – Zé, você lança discos com uma frequência superior a de muitos artistas contemporâneos. Mesmo na época de crise, você aposta no formato físico. Faz por vontade própria ou por uma certa urgência de mostrar material novo e diversificado em um mercado tão competitivo como o atual?

ZR – Faço com este ritmo intenso devido à minha paixão pela música. É por ter condições, conhecimento e maturidade para realizar anualmente tais trabalhos. E nunca vou parar. Mesmo que não existam mais gravadoras, estarei sempre dando um jeito de estar no mercado.

HM – Zé, liste seus maiores erros, acertos e excessos na vida e carreira.

ZR – Não vou responder isso. Isso é asunto para outra entrevista, com várias páginas.

HM – Qual a importância de seu relacionamento profissional com Marcelo Fróes?

ZR – A importância é a produção musical-cultural que realizamos com seriedade e amizade também. Tudo que fazemos é debatido, conversado e estudado. E com ele realizo projetos que, com certeza, com as últimas gravadoras que ainda resistem, não seriam possíveis de serem feitos.

HM – Você ainda acompanha mitologia grega, revista em quadrinhos e ufologia?

ZR – Só a ufologia permanence na minha proposta para desenvolver a curiosidade pessoal. Porque a ufologia não é uma história do passado. É o presente e o futuro, decorrendo ao nosso lado. Isto é: ao lado da realidade diária, está essa outra realidade ufológica, que assusta, é invisível para a maioria, mas está presente lado a lado na nossa vida, no nosso planeta.

HM – O documentário “Zé Ramalho – O Herdeiro do Avohai” teve um resultado que te agradou?

ZR – Sim. É um documentário precioso e cuidadoso, realizado por um cineasta e jornalista paraibano que se dedicou a realizar tal trabalho com paciência e objetividade. Por ter sido feito na Paraíba, tem mais valor ainda e contém imagens e relatos preciosos ditados por mim mesmo.

HM – Existe a possibilidade de ser lançada uma biografia sobre sua vida também?

ZR – Quem sabe? Existem alguns livros que, se não são biográficos, já contam parte da minha vida. Quem quiser saber quais são estes livros, visite o meu site (www.zeramalho.com) na seção livros.

HM – Nunca te passou pela cabeça escrever um livro de memórias ou de crônicas?

ZR – Já passou, sim, e isso poderá ser realizado num futuro próximo. O ghost writer é que terá que aparecer para me ajudar nessas lembranças e narrativas.

Helder Maldonado

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Forró Para Dar e Vender

A produção fonográfica de época não deixa dúvidas: São João chegou. Alguns artistas não precisam necessariamente da data para cantar. Mas aproveitam a festa para vender produtos especiais. É o caso de Zé Ramalho, que regrava Jackson do Pandeiro num álbum que passa longe dos típicos CDs tributo.



Ou seja, produzido com esmero nos arranjos, interpretações e participações. Tanto que faz o registro parecer seu mais novo disco de carreira. O pernambucano Ed Carlos vai no mesmo caminho, reproduzindo o maior nome do cancioneiro nordestino, Gonzagão, num álbum que foi lançado em 2008, mas que ele reedita agora. O balaio do forró é grande e também abriga artistas que lançam disco apenas para dizer que estão na ativa, com seus respectivos shows. Esses discos não são comerciais. São confeccionados em embalagem simples e vendidos apenas durante os shows. É o caso de Novinho da Paraíba e Forró Culé de Xá, comentados também nessa página.

Zé e Jackson - Zé Ramalho canta Jackson do Pandeiro deixando a impressão de que mais ninguém o faria com tanta personalidade. É uma tentação para qualquer cantor chegar perto do que fazia Jackson, sublinhando suas divisões e sincopados marcantes. Zé tem sua própria marca vocal e não precisa tomar emprestado os recursos do outro. Canta à sua maneira clássicos do forró sambado de Jackson, a exemplo de Forró na gafieira, o Canto da Ema, além de um medley com Sebastiana, Um a um e Chiclete com banana. Zé se permite, inclusive, em Chiclete com banana, fazer as mesmas estripulias vocais, numa versão que acaba num samba danado, com pandeiro e a sanfona de Waldonys, produtor da faixa. Metade do repertório do CD (o disco tem 12 faixas) é inédita na voz de Zé. A outra metade foi retirada de fonogramas de discos anteriores.

Dirigido pelo jornalista Marcelo Fróes, dono do selo Discobertas, as músicas trazem arranjos bem diferentes do original, o que as aproxima do universo de Zé Ramalho, que considera Jakson a "segunda coluna do templo da música nordestina". Sendo o primeiro, claro, Luiz Gonzaga. O álbum, segundo Zé Ramalho, "orgulha pelo conteúdo e fé". De fato, além das canções mais conhecidas e animadas de Jackson do Pandeiro, o tributo resgata músicas lentas e contundentes, que Jackson assinou com parceiros.

Entre essas últimas, Lamento cego (com Nivaldo Lima), que abre o CD, e a cantoria Ele disse (de Edgard Ferreira, gravada por Jackson), que traz trecho de um pronunciamento de Getúlio Vargas, de 1º de maio de 1951. Há também as canções mais conhecidas do cancioneiro de Jackson, que Zé reiventa. Entre elas, a Cantiga do sapo e Casaca de couro, com a sanfona de Sivuca. Um luxo só.

Quadro-negro, outro grande sucesso, tem andamento mais lento, assim como o forró Cabeça feita. Se uma das maiores heranças de Jackosn foi justamente seu modo de cantar diferenciado, sendo ele interpretado por Zé Ramalho (outra "grife" vocal), o grande mérito da obra só adquire mais valor.

Powered By Blogger

Quem sou eu